Grupos de trabalhos aprovados para o XXXII Congresso da ANPPOM

17 a 21 Outubro – Natal/RN

Coordenação: Valério Fiel da Costa, Marcello Messina

Este GT Propõe a alunos e professores da área de composição e demais indivíduos que tenham afinidade com o tema, uma reflexão sobre o papel da área de Composição nos cursos de música universitários brasileiros, num momento no qual cada vez mais é questionada a pertinência e validade de um enfoque eurocêntrico como norteador das atividades no campo da música na academia. Discute-se em diversos centros, no Brasil e exterior, não apenas a flexibilização de currículos focados na tradição franco-germânica clássica, de modo a incluir elementos de outras tradições musicais, mas também a possibilidade de substituir tal paradigma pelo foco em uma práxis voltada para os contextos locais, suas tradições e suas idiossincrasias (QUEIROZ, 2020b). Tal demanda existe e é cada vez mais importante no Brasil, porém não há ainda uma correspondência desta com a realidade da constituição dos currículos dos nossos cursos de graduação que permanecem, via de regra, não apenas alinhados ao padrão eurocêntrico, mas praticamente idênticos entre si QUEIROZ (2019, 2020a). De todas as áreas representadas na academia, a composição nos parece a mais representativa de um ambiente de conservação de valores de uma tradição musical europeia no sentido de manutenção de um modelo de produtividade individualista, elitizado e relativamente desligado da realidade de seu entorno sócio cultural. Verificamos que, via de regra, tais cursos não enfatizam a formação do compositor profissional (que atende a demandas de mercado), apesar de oferecer uma série de componentes curriculares afins com esta demanda. Tal área é bastante abrangente no Brasil, movimenta recursos públicos e privados, gera debates importantes sobre inserção, empreendedorismo e diretos autorais; assuntos bastante relevantes, mas que pouco são abordados na academia. Suspeitamos também que os cursos de composição também não cuidariam de forma sistemática da formação de um compositor pesquisador capaz de desenvolver novas reflexões sobre o campo capazes de ampliá-lo ou mesmo revolucioná-lo. O aparato teórico enfrentado pelos alunos de graduação via de regra está restrito ao desenvolvimento de um metiér de escritura e a um curso de história e análise que funciona como mote de afirmação de um contexto e de um repertório bastante específicos e eurocêntricos. O curso dedicar-se-ia sobretudo à formação de um compositor artista autodeterminado, capaz de criar obras originais, e que deve desenvolver sua carreira dentro de esquemas curatoriais específicos ativos desde a graduação (bancas de avaliação de professores) até os principais eventos da área (curadoria de festivais como a Bienal de Música Contemporânea Brasileira ou o Festival Musica Nova). O atendimento a tais demandas fundamenta a formação do aluno de composição e marca sua carreira como alguém que deve enfrentar sempre o escrutínio estético-ideológico de figuras dominantes do campo social (BOURDIEU, 1996) que quase sempre são os mesmos professores em atividade nos cursos de composição. É interessante refletir sobre as consequências disso na formação do campo. Finalmente, apesar de tal demanda supor o cultivo dentro da universidade de uma atividade experimental de alto nível em busca de novas maneiras de criar música, casos de desvio de um modelo baseado no modelo escrituralista característico da norma europeia, onde as obras são concebidas como “unidades de pertença pessoal completas, discretas, originais e fixas” (GOEHR, 34 1992: p.206), são raros. No entanto, proliferam no Brasil artistas, grupos, salas de espetáculo, espaços de saraus, selos e festivais dedicados à chamada música experimental, que sobrevivem fora dos muros da universidade e ocorrem num volume flagrantemente superior às récitas anuais de alunos e professores de produção universitária. Os cursos de Composição estariam ignorando tais demandas? Quais os reais objetivos de tais cursos na academia e de que modo estes poderiam servir de forma mais efetiva ao desenvolvimento da música contemporânea brasileira? Pretendemos refletir sobre as consequências de tal contexto para o desenvolvimento da área da criação musical no âmbito universitário e propor, em conjunto com os pares, soluções no sentido de tornar a área mais consequente e conectada com a realidade.

BIBLIOGRAFIA

Bourdieu, Pierre. As regras da arte: gênese e estrutura do campo literário. Tradução: Maria Lucia Machado. 1. ed., 1992. São Paulo: Companhia das letras, 1996.

Fiel da Costa, Valério. Rasgando Estrelas Amarelas. Em:
https://www.academia.edu/35458929/RASGANDO_ESTRELAS_AMARELAS
Visitado em 28 de fevereiro de 2022.

GOEHR. Lydia. The Imaginary Museum of Musical Works: an essay in the philosophy of music. Oxford: Clarendon, 1992.

Messina, M. (2019). “Experimental” Music Practice and/or Self-Determination Politics: A Sicilian Diasporic Perspective. Claves, 2019, 43-56.

Messina, M. (2016). A mattanza: criação musical, estratificações de significação, relações de poder e codificação da violência. Anais do Simpósio Linguagens e Identidades da/na Amazônia Sul-Ocidental;

Moore, Robin. The Decline of Improvisation in Western Art Music: An Interpretation of Change Author(s). International Review of the Aesthetics and Sociology of Music, Vol. 23, No. 1 (Jun., 1992), pp. 61-84

Mwanamusik, Coletivo. Manifesto das Pessoas Negras Contra o Racismo nos cursos de música. Em: https://www.coletivomwanamuziki.com/?fbclid=IwAR2S7xhlbZg9ScSD3_7mc6XsLCh7T39u0AekgwlIeBKg6rGiJHdaRcB-2hk
visita em 28 de fevereiro de 2022.

Neiva. Tânia Mello. Mulheres Brasileiras na Música Experimental: uma perspectiva feminista. Tese de doutorado. PPGM/UFPB, João Pessoa-PB, 2018.

Nogueira, Isabel; Zanatta, Luciano. Cartografia dos Selos da Música Experimental no Brasil. Em Desobediência sonora: selos de música experimental e suas tecnologias de sustentabilidade (ebook). Org. Cristiano Figueiró. IHAC/UFBA, 2019.

Nooshin, Laudan. Improvisation as ‘Other’: Creativity, Knowledge and Power: The Case of Iranian Classical Music. Journal of the Royal Musical Association, Vol. 128, No. 2 (2003), pp. 242-296

Nunzio, Mario Del. Práticas colaborativas em música experimental no Brasil entre 2000 e 2016. Tese de doutorado. ECA-USP, São Paulo-SP, 2017.

Queiroz, Luis Ricardo Silva; PEREIRA, Marcus Vinícius Medeiros de. Coloniality in Music Teacher Education: The Current Reality of Undergraduate Programs in Brazil. In: WORLD CONFERENCE ON MUSIC EDUCATION (Online), 34., 2020, Helsinki. Proceedings… Australia: International Society for Music Education, 2020. p. 523-531.

Queiroz, Luis Ricardo Silva, Até quando Brasil? Perspectivas decoloniais para (re)pensar o ensino superior em música. PROA: Revista de Antropologia e Arte, v. 1, n. 10, 2020.

Queiroz, Luis Ricardo Silva Cânones da educação superior em música no Brasil e faces da colonialidade no século XXI. In: XXIV CONGRESSO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MUSICAL, 2019. Anais […]. Campo Grande: ABEM, 2019. (Texto completo em pdf)

Coordenação: Nan Qi, Flávia Motoyama Narita, Maria Westvall

O tema deste Grupo de Trabalho é o conceito de Cidadania Artística dentro do campo da Educação Musical. A proposta é capitaneada pela rede de pesquisa CReArC (Copenhagen Centre for Research in Artistic Citizenship), que reúne pesquisadores da UFRN, UnB, Technical University of Kenya, University of Texas at Austin, Uppsala Universitet (Suécia) e Rytmisk Musikkonservatorium (Dinamarca), todos os quais planejam vir participar do XXXII Congresso da ANPPOM.

As idéias por trás do conceito de Cidadania Artística (ELLIOTT, SILVERMAN & BOWMAN, 2016) têm o potencial de desdobrar a capacidade das instituições de arte e de educação para contribuir de diversas maneiras para o engajamento cultural e artístico de todos os cidadãos na sociedade. Segundo Bowman (2016), cidadãos artísticos são “socialmente engajados, socialmente conscientes e socialmente responsáveis” e seu principal objetivo é “usar suas atividades artísticas para mudar a si mesmos e o mundo para melhor” (p. 66). A partir de uma perspectiva musical contemporânea e criativa, a Cidadania Artística está ligada a uma forte noção de inclusão e criatividade co-produtiva, por meio da qual o cidadão se envolve de forma tangível nos processos de arte criativa. Tais processos são reivindicados para melhorar e reforçar a agência criativa dos cidadãos e a qualidade de vida em geral.

A pesquisa em Cidadania Artística inclui abordagens sobre a música relacionadas à inclusão social, ao desenvolvimento artístico, à educação musical e ao desenvolvimento e capacitação de indivíduos e comunidades, para mencionar apenas alguns aspectos. Entre os projetos atualmente coordenados pelos membros do CreArc, encontram-se pesquisas sobre imigrantes, ONGs, jovens desfavorecidos,  interculturalidade e tradições musicais vistas sob uma perspectiva decolonizadora, métodos humanizadores de ensino-aprendizagem em diversos contextos e música como ferramenta de transformação pessoal e social.

Entendemos que o conceito de cidadania deva ser visto como “um processo e não uma posição: uma prática e não um status” (CARSON & WESTVALL, 2022), algo que Tully (2014) chama de “cidadania diversificada”, que inclui “atores e atividades em contexto” (p. 35).  O processo de construção de identidades ocorre por meio da interrelação entre indivíduos e comunidades, sendo a música e a educação musical dois importantes atores nessa construção coletiva. Diversos autores e ideias podem ser vistos e analisados sob a perspectiva do conceito de cidadania artística; Freire, por exemplo, que estimula um ensino humanizador e o engajamento com o mundo, com as pessoas sendo empoderadas como agentes, “fazendo escolhas, decidindo, criando e recriando” (NARITA, 2022). Atos de cidadania artística podem ser usados para “gerar vínculos transnacionais, mudar quadros de referência limitadores e proporcionar um campo para subverter preconceitos” (QI, 2022), especialmente quando levamos em consideração “os processos culturais e simbólicos” de indivíduos “como membros de diferentes agrupamentos sociais e em relação a diferentes projetos políticos de pertencimento” (BOESKOV & RINGSAGER, 2022) e “os tipos de negociações que um artista individual deve fazer para assegurar sua cidadania em um mundo cultural artístico predominante e/ou transformador” (AKUNO, 2022).

As citações acima são parte de um livro que está sendo preparado para publicação pelos membros do CreArC, o qual servirá como pano de fundo para as discussões que ocorrerão neste Grupo de Trabalho, cujos objetivos são justamente a promoção e discussão de temas ligados ao conceito da Cidadania Artística. O público-alvo deste GT é formado por todos educadores ou alunos de música que se interessem por ideias relacionadas à justiça social e acreditem no potencial transformador da música, sendo que a relevância desta proposta é evidente, ao considerarmos os inúmeros problemas enfrentados pelas sociedades atuais; caso não promovamos ativamente uma visão humanizadora da música, corremos cada vez mais o risco de que nossas atividades sejam consideradas pouco relevantes para a população. Os resultados esperados deste Grupo de Trabalho são um maior conhecimento da comunidade acadêmica sobre o tema da Cidadania Artística, conceito ainda relativamente novo e que tem se mostrado apto a ser utilizado por pesquisadores e educadores em múltiplos contextos.

BIBLIOGRAFIA

AKUNO, E. A. (2022). Music-Making in the Construction of Culture: Towards Artizenship through the Kenya Music Festival

BOESKOV, K.; RINGSAGER, K. (2022). Artistic Citizenship and Cosmopolitanism in Musical-Social Work. Manuscrito.

BOWMAN, W. D. (2016). Artistry, ethics and citizenship. In D.J. Elliot, M. Silverman and W.D. Bowman (eds.), Artistic Citizenship: Artistry, Social Responsibility and Ethical Practice (pp.59-80). New York: Oxford University Press.

CAMPBELL M. S., & MARTIN, R. (2006). Artistic Citizenship: A Public Voice for the Arts. Routledge: New York and London.

CARSON, C.; WESTVALL, M. (2022). Art for Whose Sake? Manuscrito.

ELLIOTT, D. J., SILVERMAN, M. & BOWMAN, W. (2016). Artistic Citizenship: Artistry, Social Responsibility, and Ethical Praxis. New York: Oxford University Press.

NARITA, F. M. (2022). Social Engagement towards Artistic Citizenship in Music Teaching. Manuscrito.

QI, N. (2022). Practicing citizenship artistically: An autoethnographic account of a Chinese-Canadian-Brazilian music educator. Manuscrito.

TULLY, J. (2014). On Global Citizenship: James Tully in Dialogue. London & New York: Bloomsbury Academic.

 

Coordenação: Luis Ricardo Silva Queiroz, Marcus Medeiros Pereira

Este GT tem como foco aprofundar a análise e a compreensão crítica da atual realidade dos currículos dos cursos de música no Brasil, com ênfase nos cursos de graduação, enfatizando suas características, problemas, desafios e potencialidades. A partir dessa análise, os debates e proposições do GT focarão na abordagem de propostas inovadoras que tem emergido nacional e internacionalmente, e proposições de opções e perspectivas para conceber e implementar currículos inovadores na área, em diálogo com as nuances das práxis musicais e da sociedade no mundo atual. Pesquisa atuais têm problematizado a colonialidade, a unilateralidade e a homogeneidade que têm subsidiado e definido os currículos na área desde o seu processo de institucionalização no Brasil, enfatizando as limitações dos modelos curriculares vigentes e as necessidades de buscar novas alternativas para a formação musical institucional no país.  (PEREIRA 2014; 2020; QUEIROZ, 2017; 2020a; 2020b; QUEIROZ; PEREIRA; 2020; PENNA; SOBREIRA 2020). A partir desse panorama, o GT tem como objetivo geral compreender mais profundamente tanto a atual realidade dos currículos dos cursos de música no Brasil, quanto uma ampla diversidade de inovações que têm emergido na contemporaneidade, a fim de conceber e propor perspectivas curriculares inovadoras para a área. Esse objetivo mais amplo se desdobra nos seguintes objetivos específicos: a) identificar as principais características, problemas e lacunas que estão na base dos currículos dos cursos de música no Brasil.; b) analisar e compreender inovações curriculares que têm emergido no Brasil e em outros países do mundo; c) conceber e sistematizar alternativas curriculares inovadoras para os cursos de música de forma contextualizada com a realidade cultural, social e educacional do país na atualidade. O público-alvo do trabalho realizado será professores da educação superior, estudantes de pós-graduação, profissionais e estudantes em geral interessados na análise, discussão e proposição de currículos em música, a partir da realidade, das demandas e das necessidades que caracterizam a sociedade no século XXI.  Os resultados que emergirão do debate fundamentado e interativo entre os participantes do GT propiciarão uma reflexão acurada acerca de alternativas e possibilidades que precisam ser incorporadas para superarmos a tendência limitadora dos nossos cursos na atualidade. Outro resultado relevante do GT será a análise e a discussão de alternativas e propostas inovadoras já implementadas, tanto no Brasil quanto em outros países, articulando esses exemplos a proposições efetivas para os cursos de graduação em música no contexto nacional. De forma efetiva, os participantes poderão compreender experiências bem-sucedidas de diferentes contextos e, assim, vislumbrar e pensar em alternativas práticas para mudanças e inovações para os seus contextos educacionais específicos (BANSAL, 2011; CAMPBELL; MYERS; SARATH, 2016; HEILE; RODRIGUEZ; STANLEY, 2017; MOORE, 2017; PEREIRA, 2020; QUEIROZ, 2020; SOUZA, 2019). A compreensão e problematização da realidade atual, a reflexão e análise de possibilidades e alternativas existentes, fundamentará a elaboração de exemplos de propostas curriculares inovadoras. Esse trabalho é de grande importância para a área na atualidade, considerando: que há uma problematização crescente dos formatos tradicionais de currículo instituídos; que os dados dos curso de música apontam para as necessidades de mudanças e atualizações urgentes; que há diversos profissionais e estudantes dispostos a incorporar mudanças, visando a melhoria dos nossos curso de graduação; mas que ainda há uma carência de muitos (profissionais e estudantes) no que tange ao conhecimento o ao entendimento sobre como poderiam ser concebidos e elaborados currículos inovadores na área de música na contemporaneidade.

BIBLIOGRAFIA

BANSAL, Vinod Kumar. Challenges in Higher Education in 21st Century. New Delhi: D.P.S. Publishing House, 2011.

CAMPBELL, Patricia Shehan; MYERS, David; SARATH, E. (Eds.). Transforming music study from its foundations: a manifesto for progressive change in the undergraduate preparation of music majors (report of the task force on the undergraduate music major). Missoula 2016. Disponível em: <https://ojs.ifch.unicamp.br/>. Acesso em: 30 jan. 2022.

HEILE, Björn; RODRIGUEZ, Eva Moreda; STANLEY, Jane (Eds.). Higher Education in Music in the Twenty-First Century. New York: Routledge, 2017.

MOORE, Robin. College music curricula for a new century. New York: Oxford Scholarship Online, 2017.

PENNA, Maura; SOBREIRA, Silvia. A formação universitária do músico: a persistência do modelo de ensino conservatorial. OPUS, v. 26, n. 3, p. 1-25, 2020. Disponível em: <https://www.anppom.com.br/revista/index.php/opus/article/view/opus2020c2611>. Acesso em: 30 jan. 2022.

PEREIRA, Marcus Vinícius Medeiros. Ensino superior em Música, colonialidade e currículos. Revista Brasileira de Educação, v. 25, p. 1-24, 2020. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rbedu/a/5xrpGmgvKpQ8tfrMgb4cLyt/?lang=pt>. Acesso em: 30 jan. 2022.

PEREIRA, Marcus Vinícius Medeiros. Licenciatura em música e habitus conservatorial: analisando o currículo. Revista da ABEM, v. 22, n. 32, p. 90-103, 2014. Disponível em: <http://www.abemeducacaomusical.com.br/revistas/revistaabem/index.php/revistaabem/article/view/464>. Acesso em: 30 jan. 2022.

QUEIROZ, Luis Ricardo Silva. Até quando Brasil? Perspectivas decoloniais para (re)pensar o ensino superior em música. PROA: Revista de Antropologia e Arte, v. 1, n. 10, p. 153–199, 2020. Disponível em: <https://ojs.ifch.unicamp.br/>. Acesso em: 30 jan. 2022.

QUEIROZ, Luis Ricardo Silva. Traços de colonialidade na educação superior em música do Brasil: análises a partir de uma trajetória de epistemicídios musicais e exclusões. Revista da ABEM, vol. 25, no. 39, p. 132–159, 2017. Disponível em: <http://www.abemeducacaomusical.com.br/revistas/revistaabem/index.php/revistaabem/article/view/726>. Acesso em: 30 jan. 2022.

QUEIROZ, Luis Ricardo Silva; FIGUEIREDO, Sergio. The World Declaration on Higher Education for the Twenty-First Century’ and perspectives for Music Education in Brazil. In: INTERNATIONAL SEMINAR OF THE ISME COMMISSION ON RESEARCH, 2016. Proceedings of the 26th International Seminar of the ISME Commission on Research, […]. London: International Music Education Research Centre (iMerc) Press, 2016. p. 205–213.

SOUZA, Euridiana Silva. Higher music (Educ)ACTION in Southeastern Brazil: Curriculum as a Practice and Possibilities for Action in (De)colonial Thought. Action, Criticism, and Theory for Music Education A refereed journal of the MayDay Group, v. 18, n. 3, p. 85-114, 2019. Disponível em: <http://act.maydaygroup.org/volume-18-issue-3/act-18-3-silva-english/>. Acesso em: 30 jan. 2022.

Coordenação: Sandra Mara da Cunha, Dulcimarta Lemos Lino e Carlos Kater

A relação entre música e infância é a temática proposta por este GT. O objetivo é o de estabelecer reflexões sobre processos de aprender e ensinar música que assumem características de um jogo de experimentações, descobertas e criações que acontecem nas trocas de saberes entre adultos e crianças.

As pesquisadoras e educadoras Sandra Cunha (UDESC) e Dulcimarta Lino (UFRGS) se unem ao compositor e educador Carlos Kater (UFMG/Projeto A Música da Gente) e convidam educadoras(es), pesquisadoras(es), compositoras(es) e demais interessadas(os) para dois encontros em formato presencial nos quais entra em cena a educação musical que assume a dimensão criadora que funda a arte e habita a infância.

Em interlocuções realizadas com base em múltiplas escutas, músicas inventadas soam e reverberam aprendizagens mútuas tecidas em redes de convivência no trânsito entre a docência e a infância. A importância de estarmos à escuta, uns com os outros (RICHTER; LINO, 2019) e os Cinco “Ps” da educação musical hoje tal como mencionados por Kater (2019), são considerados pontos centrais para a educação musical da infância tal como proposta por Cunha (2020).

“Música e Infância: interlocuções ao pé do ouvido” dá continuidade a questões discutidas no congresso de 2021 (GT 1 – “Criação Musical: educação e infância em conversação), avança no entendimento de conceitos como escuta, jogo e tempo para pensar uma educação musical com a infância. Um modo de conceber processos de aprendizagem e ensino da música baseados: (1) na concepção de infância como geração em constante movimento de vidas vividas na complexidade de um Brasil multicultural marcado por desigualdades e pelo adultocentrismo; (2) na ideia de crianças como atores sociais com direito de tomar parte na construção de seu próprio conhecimento e; (3) professores-artistas que tomam os diálogos e a criação (FREIRE, 2020) como atitudes norteadoras de pesquisas e projetos docentes, em consonância com os contextos nos quais atuam.

Como resultados, esperamos que os encontros desse GT aproximem pesquisadoras(es) que, tendo a infância como centralidade de interesses de investigação e docência, possam contribuir para a construção de uma sociedade mais participativa e inclusiva, portanto, mais democrática. Compreender a música e a educação musical a partir dos olhos e ouvidos de crianças e adolescentes atualiza o debate em torno da importância das dimensões relacional e ética que fundam as relações educativas e também as pesquisas com seres humanos, fazendo avançar o campo de conhecimento chamado Música.

BIBLIOGRAFIA

Bibliografia: CUNHA, Sandra Mara da. Crianças e música: educação musical e estudos da infância em diálogo. Childhood & Philosophy, v. 27, p. 01-20, 2020. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/childhood/article/view/48349.

Acesso em 25/02/2022.

FREIRE, Paulo. Partir da Infância: diálogos sobre educação. 2ª ed. Paz e Terra, 2020.

KATER, Carlos. “A Música da Gente: contribuições para um educação musical hoje”. Palestra de abertura do IX Encontro de Pesquisa do MusE – Grupo Música e Educação. Florianópolis: CEART/UDESC, 09 a 11 de Agosto de 2019.

RICHTER, Sandra; LINO, Dulcimarta. Estar à escuta: música e docência na educação infantil. Childhood & Philosophy, v. 15, p. 0-24, 2019. Disponível em: https://www.redalyc.org/jatsRepo/5120/512059810033/movil/index.html. Acesso em 25/02/2022.

Coordenação: José Davison da Silva Júnior, Renato Tocantins Sampaio

O tema deste grupo de trabalho é Música e Promoção de saúde. Uma das definições contemporâneas de saúde amplamente discutida pela Organização Mundial da Saúde revela a saúde como um completo bem-estar físico, mental e social e não apenas ausência de doença. A saúde faz parte de um projeto de identidade, pois as pessoas escolhem se tornar saudáveis. O trabalho de tornar-se saudável envolve uma performance criativa, uma prática estética que relaciona estilo de vida, tanto de valores pessoais quanto culturais, na qual a música está envolvida (RUUD, 2020). Na promoção de saúde, as medidas adotadas não se dirigem a determinada doença ou desordem, mas servem para aumentar a saúde e o bem-estar.  A relação entre música e saúde é complexa e multifacetada, envolvendo a questão central da razão de a música ser considerada um agente terapêutico em muitos estudos contemporâneos. A música tem sido considerada curativa, terapêutica e com outros valores médicos no decorrer da história. Um grande desafio é estabelecer uma relação causal entre as atividades musicais e os benefícios na saúde e bem-estar. Uma razão para o crescente reconhecimento dos benefícios potenciais da intervenção musical na população em geral, independentemente do nível de treinamento musical, é o considerável avanço na pesquisa que investiga os benefícios da música em várias medidas de saúde. De fato, nos anos recentes tem havido um crescente número de estudos que investigam a relação entre música, saúde e bem-estar. Esse interesse é influenciado pelo desenvolvimento de metodologias de pesquisa (qualitativa e quantitativa) em muitos contextos, incluindo o contexto de laboratório, clínica, educacional e espaços comunitários. A razão pelo interesse nos efeitos positivos da música na saúde é porque ela é ubíqua, emocional, envolvente, distrai, gera uma demanda física, é ambígua, é social, comunicativa, afeta o comportamento e a identidade (MACDONALD; KREUTZ; MITCHELL, 2012). O objetivo deste GT é discutir a utilização da música na promoção de saúde em cinco áreas, como educação musical, música comunitária, uso cotidiano da música, musicoterapia e música na medicina. O público-alvo são pesquisadores(as), docentes, estudantes e bolsistas. O tema Música e Promoção de Saúde está em amplo desenvolvimento. Além do crescimento da produção de pesquisa em tantas disciplinas,  o tema se tornou padrão nas conferências científicas relacionadas à música na última década. Aspectos médicos ou de saúde relativos às atividades musicais não são mais consideradas apenas do domínio da musicoterapia. O quadro conceitual para a discussão do tema música, saúde e bem-estar foi elaborado por MacDonald (2013), na tentativa de integrar as cinco áreas que podem utilizar a música em razão de seus resultados positivos. Ele foi desenvolvido com o objetivo de aumentar o diálogo multidisciplinar dentre vários profissionais que estão envolvidos em investigar a relação entre a participação musical e parâmetros de saúde mais amplos. Em muitos contextos, a educação musical é definida por uma ênfase no desenvolvimento de habilidades musicais convencionais. Por exemplo, muitas aulas de música em escolas e universidades enfatizam o desenvolvimento da técnica instrumental ou conhecimentos técnicos específicos. Pesquisadores têm investigado os efeitos de aulas de música convencionais em outros aspectos não musicais do funcionamento psicológico. A música comunitária pode ser definida como uma intervenção musical que ocorre fora do contexto formal da educação. Uma das formas mais populares da música comunitária é o coro comunitário. A música comunitária não terá os efeitos terapêuticos como objetivo primário, mas sim o acesso às atividades artísticas fora de contextos convencionais de ensino. O objetivo primário pode ser oferecer uma oportunidade para a expressão criativa em contextos não formais. O uso cotidiano da música não é um campo distinto de prática, como a educação musical e a música comunitária. Todavia, o uso da música no dia a dia tem relevância sobre os efeitos da música na saúde e no bem-estar. A discussão sobre como ouvir música pode produzir efeitos positivos em nossa saúde e bem-estar gera um reconhecimento que esta é uma importante área de estudo. O aspecto mais importante da musicoterapia é a ênfase na relação terapêutica entre o cliente e o musicoterapeuta, utilizando a música como principal meio para estabelecer e manter essa relação, bem como produzir benefícios positivos para o cliente. As intervenções musicoterapêuticas priorizam os benefícios psicológicos ou fisiológicos dos clientes como objetivo primário. A música na medicina é uma especializada da música, saúde e bem-estar que ocorrem em contextos médicos, ou seja, é a utilização da música pelos diversos profissionais da saúde. Esperamos que o GT contribua nas reflexões sobre a relação entre música e promoção de saúde em diversos contextos, seja como objetivo primário ou secundário.

BIBLIOGRAFIA

MACDONALD, Raymond. Music, health, and well-being: a review. International Journal of Qualitative Studies on Health Well-being, 8, 2013. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3740599/ Acesso em 17 mai. 2021.

MACDONALD, Raymond; KREUTZ, Gunter; MITCHELL, Laura (eds). Music, health, & wellbeing. New York: Oxford University Press, 2012.

RUUD, Even. Toward a sociology of music therapy: Musicking as a cultural immunogen. Dallas: Barcelona Publishers, 2020.

Coordenação: Paulo Castagna, Carlos Sandroni, Lúcia Campos, Fernando Lacerda

A relação entre música e patrimônio cultural pode ocorrer em diversas situações: o reconhecimento de bens culturais que recai tanto sobre práticas musicais e acervos, bem como sobre saberes e modos de fazer relacionados à construção de instrumentos musicais. Há ainda o reconhecimento de práticas das quais a música é integrante e até mesmo o tombamento de instrumentos musicais como bens móveis e/ou integrados ao patrimônio edificado. Se o patrimônio cultural pressupõe que o bem represente de algum modo a memória e a identidade de uma determinada coletividade, a discussão não pode ser exaurida nos bens reconhecidos pelos órgãos públicos, mas deve estender-se também àqueles reconhecidos por quaisquer grupos humanos, inclusive por especialistas da área do conhecimento. Este grupo de trabalho tem como objetivo proporcionar a discussão da temática da música enquanto bem cultural em si e na relação com outros bens, memórias e identidades. Assim, figuram entre os temas de discussão: práticas musicais, ofícios e saberes tradicionais no contexto das comunidades locais; estratégias de reconhecimento de bens culturais; legitimidade e formas de participação dos sujeitos envolvidos no reconhecimento e salvaguarda dos bens; caminhos para o reconhecimento de bens culturais: da mobilização de detentores aos estudos técnicos e à atividade legislativa; o papel da universidade na análise crítica e na avaliação de políticas públicas, a partir de pesquisas que acompanham o impacto de processos de patrimônio junto às comunidades envolvidas; o papel de pesquisadores na implantação de processos participativos; a apresentação de processos de patrimonialização já realizados ou em andamento, de modo a refletir sobre suas metodologias, seus desafios, seus resultados e seus desdobramentos; a constituição de arquivos e coleções e os sujeitos envolvidos em tais processos; técnicas e tecnologias para tratamento, conservação e difusão de documentos musicográficos, fonográficos ou de interesse para o estudo da música; levantamento e mapeamento de acervos e práticas musicais; aplicações possíveis de conhecimentos oriundos de outros campos (Arquivologia, Biblioteconomia, Ciência da Informação, Museologia, Paleografia e outras) no tratamento de acervos musicais; edição musical como método de revitalização e difusão do patrimônio musical histórico; processos de reconhecimento de bens em distintos contextos sociais, políticos, religiosos e culturais; repertórios e práticas musicais, e seu significado para as comunidades locais; transformações sociais nas práticas musicais e a questão da identidade; as disputas, relações de poder (legítimas ou não) e as implicações políticas do patrimônio cultural. Por se tratar de uma discussão que envolve diferentes setores da sociedade, o grupo tem como público-alvo estudantes e profissionais da área de música, mestres e mestras detentores de saberes tradicionais, custodiadores e profissionais de acervos e bens culturais relativos à música, pesquisadores e acadêmicos de áreas diversas, técnicos de órgãos patrimoniais e a sociedade em geral. A temática tem, portanto, ampla abrangência social e permite que a comunidade acadêmica dialogue diretamente com a sociedade e as diferentes instâncias governamentais – considerando que as novas relações de poder constituídas no atual cenário político demandam uma discussão aprofundada acerca da salvaguarda dos bens culturais – no sentido de reivindicar tanto a proteção às categorias de patrimônio já definidas na legislação brasileira, quanto a formal inclusão do patrimônio musical entre as mesmas. Finalmente, há de se destacar o fato de que as atividades profissionais no campo do patrimônio constituem um interessante campo profissional e uma importante linha de investigação para pesquisadores da área de música. As discussões a serem realizadas no GT visam estimular a pesquisa em torno de aspectos teóricos e práticos do patrimônio musical brasileiro, assim como reunir e sistematizar soluções para a salvaguarda e estudo de bens materiais e imateriais relacionados à música, úteis tanto à comunidade acadêmica da subárea de Artes quanto aos profissionais de outras áreas cujas pesquisas incluam a abordagem da música, bem como colaborar com políticas públicas para a salvaguarda de bens culturais.

BIBLIOGRAFIA

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Coordenação: Bibiana Bragagnolo, Leonardo P. Sanchez

A Pesquisa Artística (PA) tem sido fonte de muitos debates e vertentes que buscam compreender preceitos, métodos, fronteiras e características para a área. Apesar de algumas diferenças em nível teórico ou filosófico, a maioria dos/as autores/as que se dedica à PA a entende como uma prática na qual o performer se posiciona de maneira crítica e reflexiva e, a partir dessas inquietações, problematiza e cria materiais/processos artísticos (ASSIS, 2018; BRAGAGNOLO, 2021; COESSENS, CRISPIN, DOUGLAS, 2009; CHIANTORE, no prelo; DOMENICI, 2012a e 2012b; DOGANTAN-DACK, 2015; LOPEZ-CANO, 2021). Neste entendimento, o eixo central da PA converge para um tipo de pesquisa que busca investigar e iluminar as práticas artísticas e seus conhecimentos inerentes, tendo aqui como foco o desenvolvimento do processo artístico a partir do ponto de vista do/da pesquisador/a artista. No Brasil, este tipo de pesquisa ainda é pouco conhecida e praticada se considerarmos as publicações acadêmicas na área de Artes (BRAGAGNOLO e SANCHEZ, no prelo). Neste grupo de trabalho, nos propomos a debater os meandros que circunscrevem os entendimentos metodológicos, epistemológicos e ontológicos da Pesquisa Artística, em diálogo com bibliografias da área. Neste ínterim, pretendemos também suscitar reflexões que aproximem a PA com outros campos, notadamente a sociologia da música, educação musical, artes do corpo e etno/musicologia. Assim, a linha de interesse que guiará os debates se constituirá dos seguintes temas: Artes performativas e interdisciplinaridade na Pesquisa Artística; Educação e/para Pesquisa Artística; Movimentos decoloniais e Pesquisa Artística; Pesquisa Artística articulada aos estudos de gênero, raça e/ou classe; Pesquisa artística e etno/musicologia; Pesquisa Artística enquanto prática emancipatória; Processos criativos e Pesquisa Artística; Teorias, metodologias e epistemologias na/para pesquisa artística. Este GT também é meio pelo qual se articula uma rede de apoio em torno da PA que se direciona para o Observatório e Laboratório de Pesquisa Artística (UFMT), iniciativa esta com o objetivo primeiro de reforçar e divulgar pesquisas desta natureza na América Latina. Pretende-se também elaborar um documento, em forma de manifesto e/ou ensaio crítico, que conflua os consensos, dissensos e perspectivas da PA na academia brasileira. O GT tem como público-alvo estudantes de graduação e pós-graduação, docentes, pesquisadores e artistas de todas as áreas.

BIBLIOGRAFIA

ASSIS, Paulo de. Logic of experimentation: rethinking music performance through artistic research. Ghent: Orpheus Institute, 2018.

BRAGAGNOLO, Bibiana. Práticas de desclassificação na performance musical: perspectivas emancipatórias para a Pesquisa Artı́stica. Revista Vórtex, Curitiba, v.9, n.1, p. 1-24,2021.

BRAGAGNOLO, Bibiana; SANCHEZ, Leonardo P.; SANTANA, Ana Caroline Rodrigues; SANTOS, Lívia Mariana dos. Pesquisa artística no Brasil: um mapeamento. In: SANTOS, Rita de Cássia Domingues; CARNEIRO, Maristela; ROSSETTI, Danilo (orgs.). Pesquisa em Arte, Mídia e Tecnologias: textos selecionados. Rio Branco: Stricto Sensu Editora, 2021, p. 51-60.

BRAGAGNOLO, Bibiana; SANCHEZ, Leonardo P. Pesquisa Artística no Brasil: mapas, caminhos e trajetos. Revista Orfeu, UDESC. No prelo.

CHIANTORE, Luca. Indisciplinando a música: pesquisa artística e ativismo historiográfico. In: BRAGAGNOLO, Bibiana; SANCHEZ, Leonardo P; DALTRO, Emyle (orgs.). Pesquisa Artística na América Latinal: performance, criação e cultura contemporânea, No prelo . Rio Branco: Stricto Sensu Editora. No prelo.

COESSENS, Kathleen; CRISPIN, Darla; DOUGLAS, Anne. The artistic turn: a manifesto. Ghent: Leuven University Press, 2009.

DOGANTAN-DACK, Mine (ed.). Artistic practice as research in music: theory, criticism, practice. Farnham: Ashgate, 2015.

DOMENICI, Catarina. O Intérprete (re)situado: uma reflexão sobre construção de sentido e técnica na criação de “Intervenções para Piano Expandido, Interfaces e Imagens – Centenário John Cage”. Revista Música Hodie, Goiânia, v. 12, n.2, p. 171-187, 2012a.

DOMENICI, Catarina. His master’s voice: a voz do poder e o poder da voz. Revista do Conservatório de Música da UFPel, Pelotas, n. 5, p. 65-97, 2012b.

LÓPEZ-CANO, Rubén. La investigación artística en música en Latinoamérica. Quodlibet, Alcalá, n. 74, p. 139-167, 2020.

Coordenação: Fabio Soren Presgrave, Paulo Cesar Martelli, Jéssica Gubert Silva, Wagner Tiso

Este GT propõe um olhar ampliado acerca da performance musical, com vistas a refletir e compreender transversalidades e singularidades que constituem práxis musicais distintas. Em um momento histórico em que discursos de preponderância de uma poética musical sobre a outra saem do campo do absurdo e tomam corpo no meio musical, propomos neste GT explorar o que nos une enquanto artistas. Em nossas universidades e grupos de pesquisa, versões fragmentadas sobre erudito, popular, folclórico, contemporaneidade são práticas comuns. No entanto, várias pesquisas atuais em performance apontam para movimentos contrários, almejando compreender como um conhecimento amplo sem hierarquias pode ser importante nas trajetórias artísticas. Dentre os convidados que entraremos em contato oportunamente estarão Jaques Morelenbaum, Nathan Thomson  (Sibelius Academy), Sylvia Bruinders (University of Cape Town), Silvio Ferraz (USP) e Lenora Helm Hammonds (North Carolina Central.University).

BIBLIOGRAFIA

DENZIN, Norman.. 2016. Re-leyendo Performance, Práxis y Política. Investigación Cualitativa, s. l. v. 1, n. 1, pp. 57-78, 2016.

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QUEIROZ, Luis Ricardo Queiroz. Até quando Brasil? Perspectivas decoloniais para (re)pensar o ensino superior em música. PROA: Revista de Antropologia e Arte, v. 1, n. 10, 2020