SADE-Música: Um Sistema de Apoio
à Descoberta em Análise Musical
Luciênio de Macêdo Teixeira1
Edilson Ferneda2
Carlos Alan Peres da Silva3
1. Introdução
O objetivo geral deste trabalho é a
especificação de uma máquina Agente Racional cujas formas de funcionamento dão ao
usuário a impressão de raciocinar.
Um Agente Racional é um sistema
inteligente autônomo, capaz de raciocínios do senso comum como os que se exerce na vida
cotidiana e que fazem intervir intenções, crenças e conhecimentos incompletos e
errôneos.
Esse projeto se caracteriza
principalmente por sua interdisciplinaridade. Ele deve fazer uso de competências em
domínios tão variados como a Informática, a Música, a Psicologia, a Didática,
,
todas essas especialidades se reagrupando para este projeto em torno de um tema
federalizador que são as Ciências Cognitivas.
Em Inteligência Artificial, este
trabalho se situa no domínio de confluência da Aquisição de Conhecimento e da
Aprendizagem Automática.
Segundo a definição proposta em [2]:
O domínio da aquisição de
conhecimentos para os Sistemas Baseados em Conhecimentos (SBC) se caracteriza pela
identificação e agenciamento dos processos necessários para a elaboração
(concepção, avaliação e evolução) de um SBC a partir de fontes heterogêneas de
conhecimento (documentados, humanos e experimentais). O resultado esperado desse enfoque
é fornecer ao futuro sistema os conhecimentos que estarão na base de suas competências.
O "maestro" da aquisição dos conhecimentos é o engenheiro do conhecimento:
ele orquestra a intervenção de diferentes processos, atores e agentes.
A Aprendizagem Automática estuda o
conjunto de mecanismos que intervêem para dar a uma máquina a faculdade de construir
conhecimentos. A fonte desses conhecimentos pode ser a análise de dados, conhecimentos
fornecidos, críticas de resultados,
Vários trabalhos mostram a necessidade de
associar aprendizagem automática e aquisição de conhecimentos modelando o controle da
aprendizagem [4].
Mesmo se essas ferramentas são
performantes, um especialista se encontra sempre desmunido para examinar conhecimentos
adquiridos pela máquina: um volume demasiado grande de informações, falta de
ferramentas que permitam uma crítica das escolhas efetuadas, em particular da linguagem
de descrição (portanto implicitamente da ferramenta de aprendizagem) e da amostra de
exemplos selecionados.
Um Sistema de Apoio à Descoberta é,
antes de mais nada, um sistema de aquisição de conhecimento. Ele verifica princípios,
tais como: a fase de obtenção de dados, a abstração a partir de dados dentro de um
modelo conceitual, a particularização deste último [35]. Reencontra-se também a
distinção entre conhecimentos profundos, aqueles que se justificam teoricamente e que se
comunicam nos escritos científicos, e os conhecimentos situacionais, aqueles geralmente
chamados especialistas ou empíricos, que intervêem na implementação dos conhecimentos
especialistas e para os quais é desejada a evolução.
Um Sistema de Apoio à Descoberta tem
por função assistir a produção de conhecimentos tirando partido ao mesmo tempo do
conhecimento teórico sobre o domínio e de um conjunto de dados incompletos e errôneos
[31]. Em aquisição de conhecimento, o processo da descoberta tem por objetivo associar
essas duas formas de conhecimento pois ele trata das formulações dos conhecimentos
capazes de progressão e de revisão.
Neste trabalho a descoberta é vista
como provocada pelo exame e revisão de um processo de modelagem no qual intervêem
modelos teóricos e dados experimentais. Durante o processo de modelagem, a descoberta é
vista como aquilo que não é ainda, em um instante determinado, apreendido pela modelagem
em curso.
Um primeiro esforço de conceituação
de um aprendiz-máquina (agente artificial) gerou a elaboração de um plano conceitual:
as Teorias Semi-Empíricas (TSE) [29,30]. Trata-se de estabelecer os conceitos elementares
que permitam construir o conhecimento de um aprendiz e estudar a evolução desses
conhecimentos. Entretanto, esse modelo, focalizando-se sobre as estruturas e mecanismos de
um aprendiz, negligencia um aspecto fundamental da aprendizagem: o ambiente de interação
do aprendiz com o mundo externo. Para completar esse plano conceitual, um ambiente de
aprendizagem foi proposto assim como a descrição de um protocolo. Em [14], mostrou-se
como o casamento desse protocolo com o plano conceitual das TSE se concretiza.
Sendo conhecidas as restrições de
modelagem de um aprendiz, os conceitos que ele formula sob a forma de conhecimentos são
geralmente errôneos. Um agente humano deve ser capaz de determinar contra-exemplos que
embarassem o aprendiz. Pode-se assim tentar provocar uma revisão do conhecimento do
aprendiz; o aprendiz não tem por objetivo produzir um conhecimento exato, mas um
conhecimento argumentável que possa ser corrigido através de um protocolo de diálogo.
O objetivo de um Sistema de Apoio à
Descoberta em Análise Musical é a análise de aspectos pertinentes à horizontalidade
(fraseados, motivos, escalas, ...) e verticalidade (estruturas harmônicas, colorido
instrumental, ...) da música. Uma aplicação imediata seria o estudo comparativo entre
obras de um mesmo compositor ou entre obras de compositores diferentes.
2. Agentes racionais
Apesar das tentativas de definir aquilo
que é chamado inteligência, não existe ainda um consenso na comunidade
científica. Existem entretanto seres que possuem comportamentos que, por convenção,
são tidos como inteligentes. Esses seres serão chamados Agentes.
As pesquisas para a conceituação e
concepção de sistemas (ou agentes) artificiais capazes de exibir um comportamento dito
inteligente devem portanto, forçosamente, considerar vários princípios que subentendem
este comportamento. Entre essas noções, será aqui considerada a de racionalidade
[12,23]. Mais específico que a inteligência, a noção de racionalidade é ligada ao
tratamento de uma classe de problemas bem delineada.
Chama-se Agentes Racionais os sistemas
(humanos ou artificiais) capazes de produzir e controlar seus próprios conhecimentos em
um certo domínio. Para ter essas características, um tal sistema deve dispor de
funcionalidades para classes de tarefas como decidir, classificar, diagnosticar, predizer,
simular, restringir, conceber ou planificar.
J.-P. Müller [22] motra a
possibilidade de construir-se sistemas que:
- são capazes de interpretar estruturas
simbólicas,
- são conscientes de suas limitações,
- agem de acordo lógico com crenças e
- são capazes de adaptar suas ações em relação à mudança de seus conhecimentos,
e, assim, são também capazes de fazer
evoluir suas representações do mundo exterior e de melhor interagirem com esse mundo.
Essa capacidade de construir e fazer evoluir suas representações do mundo pode ser
assimilada à aptidão de aprender de um agente.
Apresentaremos a seguir a descrição do
comportamento de um agente-aprendiz (ou simplesmente aprendiz) cujo conhecimento seja o
resultado da comunicação com outros agentes. Esse agente constrói e controla a
evolução de seus conhecimentos. Ele possui mecanismos de raciocínio como os das Teorias
Semi-Empíricas e seu ambiente de aprendizagem é o de MOSCA [27], explicitados na
sequência deste trabalho.
3. As Teorias Semi-Empíricas
As Teorias Semi-Empíricas [29,30]
são uma conceituação do conhecimento independente da linguagem. Elas definem como o
conhecimento é formulado, é experimentado e é difundido.

Fig. 1: Termos que intervêem na
formalização e na evolução do conhecimento pelas TSE.
A Fig. 1 exprime uma taxonomia dos
termos empregados para exprimir o conhecimento nas TSE. Essa taxonomia é baseada no
trabalho de T. Addis [1], que retoma o modelo de conhecimento de C. S. Pierce [26].
Ela inclui:
- dados que representam o
conhecimento;
- mecanismos para criar os dados (abdução), organizar os dados (indução)
e propagar as restrições (dedução);
- métodos ligados às interações com um agente externo que terá um papel de
crítica ou de proposição. Eles examinam a pertinência de expressão que é ser um
lema, ser uma objeção, ser uma prova, ser uma conjectura,
4. Um protocolo para aprender
As teorias formais de aprendizagem [8]
definem um ambiente de aprendizagem mínimo composto de um aprendiz que se comunica com um
oráculo. Posicionando-se em um plano de resolução de problemas, o protocolo que rege o
diálogo entre esses dois atores se resume da seguinte forma: o oráculo envia ao aprendiz
problemas já resolvidos; assim que este último os recebe, ele os memoriza para formar o
que se costuma chamar uma amostra. Dispondo de uma amostra, o aprendiz procura, no espaço
de hipóteses, uma melhor hipótese que mantenha com a amostra uma certa relação de
adequação. Esta situação se modelisa introduzindo-se um critério (dito de
aprendizagem) que define o que é uma melhor hipótese com relação a uma amostra. A
hipótese retida é chamada hipótese aprendida. O espaço das hipóteses de um aprendiz
representa o conjunto de todos os conhecimentos que ele pode adquirir. Em um certo
instante, seu conhecimento é definido por um ponto nesse espaço: a hipótese aprendida.
Os dados de um problema de aprendizagem se resumem então em:
- uma amostra de problemas resolvidos;
- um espaço de hipóteses;
- um critério de aprendizagem (adequação hipótese-amostra);
- uma estratégia de percurso do espaço de hipóteses.
Serão relembrados agora os principais
resultados de "aprenabilidade" (complexidade algorítmica da procura de uma
hipótese, em função do tamanho da amostra e do tamanho do espaço das hipóteses, assim
como da forma das hipóteses):
- no caso geral, a procura de uma boa
hipótese aprendida é um problema difícil e complexo (NP-completo)
- em casos específicos (quando a forma das hipóteses é do tipo conjunção de
descritores binários- CNF, disjunção de conjunções com até k descritores - k-DNF, ou
lista de decisões - DL), a complexidade da procura é razoável (polinomial).
Porém, nesses casos razoáveis, a
introdução de ruído na amostra faz com que esta procura recupere sua dificuldade. Esse
ruído abrange dois aspectos: ou a descrição de um problema resolvido é errônea (erro
de descrição) ou a linguagem utilizada para descrever os problemas resolvidos não é
suficientemente fina para discriminar os enunciados de dois problemas distintos admitindo
soluções distintas (omissão de informações); assim, o aprendiz os percebe como um
mesmo problema (pois têm enunciados idênticos) admitindo duas soluções diferentes,
donde o ruído. Acontece que, na maioria dos casos reais, existe sempre ruído, em
particular do segundo tipo (não há nunca a certeza que uma linguagem de descrição seja
suficiente para discriminar os enunciados de duas observações diferentes).
Na prática, esse ambiente mínimo de
aprendizagem automática é assim concretizado: a máquina interpreta o papel de aprendiz
e o especialista o de oráculo. No entanto, esse último papel não é o único
associado ao especialista: este, fazendo as escolhas de representação, fixa o tipo de
aprendiz que ele julga adaptado ao seu problema. Ora, fixar o tipo de um aprendiz é
determinar o espaço de hipóteses no qual o aprendiz irá operar. Assim, todas as
escolhas cruciais estão ao encargo do especialista: plano teórico subjacente para
apreender um problema (tipo de aprendiz, portanto a forma das hipóteses, da amostra, dos
problemas a serem resolvidos) e seleção de exemplos (oráculo). No seu papel de
oráculo, o especialista dispõe de um primeiro meio de pressão sobre o aprendiz para lhe
impor um conhecimento.
Após ter recebido uma primeira amostra
e construído sua hipótese aprendida, o aprendiz está pronto para resolver problemas
propostos pelo especialista. Ou seja, de um modo de aprendizagem do conhecimento, passa-se
a um modo de exploração desse conhecimento. O simples exame de uma solução produzida
pelo aprendiz (ou mesmo várias) não permite julgar a hipótese aprendida. No entanto,
está-se em uma situação de descoberta. Portanto, o especialista não sabe caracterizar
com certeza a boa hipótese a reter. Além disso, é raro que essa hipótese aprendida
seja diretamente explorável pelo especialista, geralmente devido a sua demasiada
complexidade ou a dificuldades de interpretação. É por isso que se introduziu no
aprendiz um mecanismo de argumentação: à pedido do especialista, o aprendiz
argumentará seus resultados. Uma vez que a argumentação é construída para ser
explorada pelo especialista, este julgará indiretamente a justeza da hipótese aprendida
confrontando o aprendiz com problemas, depois analisando as argumentações geradas por
este último. Criticando uma argumentação, o especialista dispõe de um outro meio de
pressão sobre o aprendiz para lhe fazer revisar sua hipótese aprendida. A importância
dos mecanismos de argumentação é reconhecida em vários trabalhos [7,16].
Nessa apresentação informal do
protocolo MOSCA4, destaca-se
essencialmente cinco papéis distintos:
- o aprendiz, que dispões de uma
hipótese aprendida tendo uma relação de adequação com uma amostra;
- o oráculo, que produz problemas resolvidos cuja solução não é refutável;
- o cliente, que submete ao aprendiz problemas e espera soluções;
- a sonda, que, como um oráculo, produz problemas resolvidos mas cujas soluções
são refutáveis. Seu objetivo é simplesmente obrigar o aprendiz a argumentar;
- o mestre, que analisa a argumentação do aprendiz e o critica.
O ambiente de aprendizagem é resumido
no esquema da Fig. 2.

Fig. 2: Protocolo do ambiente de aprendizagem MOSCA num plano de
resolução de problemas
As especificações informais do
protocolo são as seguintes:
O aprendiz solicita ao oráculo um
conjunto de problemas resolvidos. Esses problemas são memorizados pelo aprendiz, seguindo
um modo a ser definido (com ou sem esquecimento) e formam a amostra de aprendizagem. Toda
transformação da amostra conduz o aprendiz a rever sua hipótese aprendida. Essa
hipótese é extraída de um espaço de hipóteses e satisfaz um critério dito de
aprendizagem. Na prática, uma hipótese aprendida é capaz de encontrar as soluções dos
problemas presentes na amostra.
O aprendiz pode solicitar o oráculo
para receber um (ou vários) problemas resolvidos. Esse pedido se reduz a um simples sinal
quando a escolha do problema a ser apresentado é deixado ao livre arbítrio do oráculo
(aleatório, tiragem segundo um plano predeterminado de ensino, ...) ou compreende o
enunciado de um problema ao qual o aprendiz deseja a solução. É claro, é desejável
que essa última forma de consulta seja de uso restrito (senão o aprendiz se contenta em
interrogar o oráculo e não aprende nada).
Um mínimo de funcionalidades esperadas
do aprendiz já aparecem:
- juntar um problema resolvido em sua
amostra;
- procurar uma hipótese adequada em relação à amostra;
- explorar sua hipótese para resolver problemas.
Da mesma forma, o aprendiz recebe
problemas resolvidos de um outro ator, a sonda. No entanto, as soluções que ela propõe
podem ser errôneas. O aprendiz compara sua solução com a solução proposta e argumenta
sua resolução ao mestre. Distinguem-se duas formas de argumentação: a explicação,
caso as soluções coincidam, e a objeção, no caso de soluções diferentes. Será
chamada argumentadora a função do aprendiz que constroi um argumento. Essa função é
dependente da hipótese aprendida. Assim, toda transformação dessa hipótese pode
conduzir a uma revisão da argumentadora.
Para cada argumentação produzida, o
aprendiz recebe em resposta uma crítica do mestre. As argumentações criticadas são
memorizadas e formam o argumentário do aprendiz. Toda crítica negativa obriga o aprendiz
a apresentar uma outra argumentação, quando isso é possível. Quando nenhuma
argumentação é possível ou o aprendiz enfraquece a hipótese aprendida excluindo o
problema não argumentável, ou ele formula uma consulta ao oráculo, donde uma revisão
de sua hipótese aprendida, por conseguinte de seu modo de argumentação. Esses
mecanismos serão retomados na próxima seção.
Procurou-se exprimir o problema da
determinação de uma função argumentadora na mesma forma que um problema de
aprendizagem de uma hipótese aprendida: a função argumentadora resulta de uma procura
num espaço de funções argumentadoras restringida por um critério que define a
adequação de uma função argumentadora com um argumentário e uma hipótese aprendida.
Ou seja, um argumentário é para o mestre aquilo que a amostra é para o oráculo, e a
função argumentadora é para o argumentário aquilo que a hipótese aprendida é para a
amostra.
O mestre controla a produção dos
problemas resolvidos da sonda através de consultas; como antes, esta consulta toma a
forma de um simples sinal ou contém o enunciado do problema a ser submetido.
Assim que o aprendiz enfraquece sua
hipótese aprendida, isto é se calar sobre certos problemas, o mestre dispõe de um meio
para forçar o aprendiz a reconsiderar sua hipótese aprendida: o envio ao oráculo de um
pedido de produção de problemas resolvidos (sempre com as mesmas formas de pedido: sinal
ou problema a ser resolvido).
Um cliente submete um problema ao
aprendiz e espera dele uma solução. A argumentação da resolução é deixada por conta
do aprendiz (função do tipo de aprendiz: justificar toda solução produzida, só
justificar certas soluções a definir, etc).
5. Harmonia: uma visão contextual
O estudo da teoria musical, é similar
ao estudo de qualquer linguagem, pois analogamente nos debatemos com aspectos de
vocabulário, gramaticais, sintaxe e de retórica de gramática. Para tal, é necessário
termos uma visão histórica que contempla os principais problemas da música em
determinada época [18].
Fica bem claro que, um aluno de Harmonia
que estude utilizando somente baixos e melodias dadas, com raras exceções, terminará se
tornando apenas um hábil condutor de vozes, conseqüentemente, incapaz de compor uma obra
musical que possua uma estrutura harmônica lógica e coerente [33]. É evidente
que este tipo de abordagem nada esclarece com relação à Estruturação Tonal, real
objetivo do estudo harmônico, bem como nas suas relações dinâmicas entre os acordes.
Um exemplo bem simples, é a questão de
consonância e dissonância. Estas definições, não são pura e simplesmente, uma
rotulação "abstrata" para definir sons agradáveis ou desagradáveis; não
possuem unicamente relações físico-matemática intrínsecas. Mesmo as correntes que
defendem a relação desses conceitos com a distância entres os graus na sucessão dos
harmônicos, concordam que, na realidade, o ouvido é quem amplia ou não, as fronteiras
de tais rótulos. O que em uma determinada época era ouvido como um intervalo dissonante,
na época seguinte passa a ser assimilado pelo ouvido, tornando "suave" o que
era, até então considerado "áspero" [17].
Isto torna bem claro que estes conceitos
são relativos e que o correto é buscar saber como tal intervalo era considerado em um
determinado período. Na Fig. 1 podemos visualizar as maneiras com as quais os
compositores iam acostumando o ouvido às "dissonâncias".
Inicialmente a nota dissonante aparecia
no acorde anterior como consonante, era mantida na mesma altura e voz no acorde posterior,
seguindo e resolvendo em um acorde consonante (Fig. 3a) .
Com o uso seguido o ouvido já começa a
se acostumar com o novo acorde, permitindo o uso do mesmo sem preparação (Fig. 3b), pois
já não existe um desconforto auditivo com a mesma intensidade anterior. O passo seguinte
é a não necessidade de preparação e nem de uma resolução consonante (Fig. 3c).
Este tipo de estudo permite ao aluno
não só conduzir as vozes mas, dentro de um contexto histórico, determinar, não apenas
qual a época, como também classificar as dissonâncias como tais ou como dissonâncias
em transição [17].

Fig. 3: Exemplo de tratamento para as dissonâncias
Um outro ponto que deve ser levado em
consideração, além da parte formal (regras), diz respeito às questões Estéticas e de
Percepção de forma a capacitar o aprendiz (máquina) para o reconhecimento, análise e
construção de exemplos. A Estética leva em consideração a construção de uma
estrutura harmônica lógica e coerente [33,15]. Evidentemente tal questão é
formalizada através das regras, ficando as exceções por conta das quebras de estilo e
forma próprias da criação. A Percepção, como já foi comentado acima, contribui de
maneira muito sutil na aceitação de determinadas sonoridades.
6. O diálogo
Quando falamos em aprendizagem,
consideramos a existência de dois agentes: um aprendiz e um professor. Nesse processo de
aprendizagem consideramos o papel do aprendiz como sendo desempenhado ora por uma
máquina, ora por um humano, devendo os dois agentes interagirem e cooperarem no sentido
de: (i) captar e processar informações; (ii) organizar dados; (iii)
apreender e relacionar conceitos; (iv) perceber e resolver problemas; (v)
criar conceitos e soluções [21]. Esta visão privilegia o aspecto cognitivo do
ser humano e esta abordagem será considerada como ideal para o ambiente de aprendizagem
que propomos.
No ambiente aqui proposto, o papel de
professor será desempenhado por um humano (especialista) e o aprendiz será representado
pela máquina. O processo possui duas partes distintas: (i) a fase de aquisição
de conhecimento da máquina, com a presença de especialistas no domínio de conhecimento
e em pedagogia, e (ii) a fase de transmissão de conhecimentos. Neste trabalho,
vamos nos limitar à primeira fase. A segunda fase depende fortemente da primeira, e será
o momento em que a máquina passa a desempenhar o papel de professor (ambiente tutorial).
Em nosso domínio de conhecimento, a
Harmonia, propomos uma abordagem que tem por objetivo não o tratamento apriorístico
(mais comumente apresentada nas salas de aula), como se a mesma fosse uma linguagem
universal, mas uma concepção da Harmonia como fenômeno cultural [17], onde cada
período da história da música ocidental é determinado por uma prática harmônica
própria com suas características específicas. Nesta abordagem, incluímos as regras
propriamente ditas da Harmonia e, posteriormente, os conceitos estéticos intimamente
relacionado com a ampliação do campo auditivo percebido pelo ser humano [15].
Para tanto, faz-se necessário que a
máquina possua um mínimo de conhecimento (estruturado e bem representado), que evolua a
partir de novas informações ou através de críticas e que seja adequado para o
reconhecimento de diversos contextos do domínio. A aprendizagem da máquina ocorre
através do fornecimento de exemplos e de explanações, dentro de um processo dialógico.
Após apresentar brevemente o domínio
de conhecimento, mostraremos como a proposta de construção de conhecimento de acordo com
um diálogo entre os agentes envolvidos no processo de ensino/aprendizagem é adequada ao
domínio da Harmonia. Esse diálogo é estruturado dentro do protocolo de aprendizagem
denominado MOSCA [27], o qual considera um esquema de negociação no diálogo. [3,5,6]
Como vimos, é necessário uma
especificação precisa para cada agente do MOSCA e os papeis que eles desempenham. O
núcleo de tudo está no Aprendiz, aqui representado pela máquina que nos fornecerá
respostas baseadas no seu conhecimento atual. Estas respostas, em nosso domínio, podem
ser tanto uma análise como uma construção harmônica. Ilustraremos agora um diálogo
típico entre a máquina e o especialista.
Ao se defrontar com um problema enviado
pelo Cliente, o Aprendiz buscará encontrar uma solução. Nessa busca, o Aprendiz
negociará com o Mestre uma solução aceitável. Essa negociação envolve um processo de
diálogo envolvendo argumentações partidas do Aprendiz para o Mestre e as críticas no
sentido contrário. Os papéis de Oráculo e de Sonda representam o conhecimento de apoio
ao Mestre no desempenho da sua interação com o Aprendiz. Como resultado teremos uma
solução válida em relação ao Oráculo e relevante em relação ao Mestre. Essa
solução é então encaminhada ao Cliente.
Partindo agora do pressuposto que o
domínio de conhecimento do Aprendiz é a Harmonia Tradicional, apresentaremos um problema
que, embora simples, é representativo deste domínio: um encadeamento para ser
identificado. Partimos do pressuposto que nosso Aprendiz dispõe de conhecimento
preliminar sobre escalas, tonalidades, progressão por quintas, alterações, valores das
notas e das pausas, sinais de indicações de compasso, clave de sol e de fá e,
principalmente, intervalos em todas as suas formas.
Problema apresentado (C maior):

Neste momento, como o nosso diálogo acontece através do confronto de argumentos e
críticas, o Aprendiz envia ao Cliente a sua solução, ao mesmo tempo em que justifica ao
Mestre a sua resposta.
Solução do Aprendiz:
Encadeamento I - IV - ? - I.
Argumentação do Aprendiz para o Mestre:
Eu aprendi que
é um acorde de C (tônica);
Eu aprendi que
é um acorde de F
(subdominante).
Por sua vez, o Mestre aceita esta
justificativa como relevante como argumentação de sua solução. Como a resposta
apresentada está incompleta, nessa situação, o Mestre apresenta, via Sonda, um
questionamento referente à parte problemática.
Comando do Mestre para a Sonda:
Selecione um acorde do tipo V7 e apresente ao Aprendiz.
Objeto apresentado pela Sonda ao
Aprendiz:
é um acorde de dominante.
Frente a esse objeto, o Aprendiz, que não reconhece tal acorde, justifica sua resposta ao
Mestre.
Argumentação do Aprendiz para
o Mestre:
Eu aprendi que
é um acorde de V.
Como resposta, o mestre envia uma
crítica sobre essa justificativa. :
Crítica:
Justificativa falsa.
A partir de agora o nosso diálogo muda
para o nível de aprendizagem, uma vez que foi detectada a limitação do conhecimento do
Aprendiz em reconhecer esta variação de um acorde de dominante. Nesse caso, o Mestre
instrui o Oráculo a explanar o conceito de acorde dominante com sétima:
Comando do Mestre ao Oráculo:
apresente ao Aprendiz o conceito V7 e um conjunto de variações como exemplo.
Oráculo para o Aprendiz:
V7 é um acorde de V ao qual se acrescenta
a sétima de sua fundamental.
...
Nestes exemplos oferecidos pelo
Oráculo, pode-se, ou incluir o restante das possíveis variações, como omissão da
tônica ou ir paulatinamente alimentando a base de conhecimento do Aprendiz. Agora, quando
o primeiro problema é reapresentado, o Aprendiz terá condições de dar a resposta
completa e correta:
Problema apresentado:

Solução do Aprendiz:
Encadeamento I - IV - V7 - I.
Justificativa do Aprendiz para o Mestre:
Eu aprendi que
é um acorde de C (tônica);
Eu aprendi que
é um acorde de F (subdominante);
Eu aprendi que
é um acorde de G7 (dominante).
Se entendermos que as regras formais
armazenadas inicialmente na base de conhecimento do Aprendiz correspondem aproximadamente
ao três primeiros capítulos do livro de Paul Hindemith5,
veremos que o nosso Aprendiz teve um bom desempenho. No entanto, o Mestre preferiu ampliar
o conhecimento atual do Aprendiz, devolvendo-lhe uma crítica que, na realidade, funcionou
como partida para o nível de aprendizagem de novos conhecimentos.
Optamos por um exemplo relativamente
simples para evidenciarmos a forma do diálogo entre os vários agentes do protocolo MOSCA
e como o Mestre pode continuar este processo de ampliação do conhecimento do Aprendiz,
não só tratando das regras harmônicas, mas incursionando através dos domínios de
Estética, Percepção e História da Música [15], como descrito no início deste
artigo. De posse de um conhecimento razoável em Teoria, o Aprendiz ficaria apto a
absorver estes conceitos inerentes à criação musical. Sua atuação não se resumiria
apenas a um comportamento racional ao nível de análise, mas também a nível de
construções harmônicas baseadas em estilos, formas, etc.
7. A descoberta em análise musical
O pensamento musical, quando gerador de
uma determinada obra, abrange aspectos pertinentes a um ramo do conhecimento de difícil
abordagem levando-nos a conceituações geradoras de termos como "dom" e
"inspiração", que têm sido usados para encerrar qualquer discussão onde a
tônica seja a criação musical. Hoje esta explicação já não satisfaz o artista nem
tão pouco o cientista, já que, sabedores do efeito que o fenômeno sonoro pode provocar
no ser humano, vem estudando a organização deste som a partir de sua forma tônica até
sua manifestação final - a composição.
Esta estruturação, dentro da
composição e obedecendo a formas claramente definidas e leis regulamentadoras do
processo de criação, indica a existência de uma sistematização dentro do pensamento
musical, comum a todo compositor dentro de um determinado contexto (o estilo, a época,
etc...) e tem como base um banco de conhecimentos sobre o qual existe uma atuação
constante do músico que trará como resultado o "enriquecimento deste banco" e
a geração ou substituição de regras.
O pensamento musical não obedece a um
comportamento linear como ocorre com as ciências exatas pois, sobre o mesmo, diversos
fatores podem agir: a criatividade, a emoção, a intuição ou a própria natureza
vibratória de cada nota [11]. Mesmo assim, no decorrer do processo de criação, o
pensamento musical mantém sua ligação com a forma, estruturação e harmonia,
determinantes de uma lógica musical que permite a classificação da obra dentro de um
determinado estilo. Estas características associam-se àquelas particulares a
determinados compositores relacionando-se fortemente entre si.
Segundo H. J. Koellreutter [36], o
processo de composição acontece em quatro estágios: a conscientização da idéia,
a concepção formal, a escolha dos signos musical e a sua estruturação,
conforme a Fig. 4.

Fig. 4: Processo de composição segundo
H. J. Koellreutter.
Assim sendo, o raciocínio dentro da
música é algo capaz de ser simulado por um sistema baseado em conhecimento que tenha
como foco não a obra musical em si, mas o processo utilizado pelo compositor para
geração desta mesma obra [19,28,34]. Além dos aspectos computacionais envolvidos
na análise de uma obra musical em termos de processamento da informação, esse sistema
deve manipular conhecimentos dos domínios que influenciam a concepção músical, ou
seja,
- a Estética, envolvendo conceitos (i)
de Física, estudando a natureza vibratória do som; (ii) de Psicologia, abordando
o som como fenômeno psíquico; (iii) de Sociologia, estudando aspectos da
ideologia do criador e (iv) de Estatística;
- a Música, com suas regras de
harmonia, fraseado, rítmo e etc. Todos estas áreas de conhecimento participam como forma
de permitir a análise da obra de um compositor e também de compreender o próprio
processo de raciocínio humano.
O estudo em análise musical possui
várias facetas e está intimamente ligado ao "estudo das condições e dos efeitos
da atividade artística..." [36], ou seja, o estudo da Estética e de seus
vários tipos e esta não pode estar dissociada do estudo da História das Artes. Pode-se
dizer que, na realidade, a análise de uma obra musical é bem mais que um estudo para se
decifrar uma linguagem ou que uma simples leitura das partes formais. Em nosso projeto,
contempla-se a consideração de conhecimento em Estética e História das Artes para
complementar e reforçar o conhecimento em Teoria Musical. Desta forma, define-se uma obra
musical como sendo o resultado do conhecimento englobando os domínios de Estética,
Música e História das Artes, conforme o quadro apresentado na Fig. 5.

Fig. 5: Fatores que influenciam a
criação de uma obra musical.
Visa-se, então, conseguir da máquina
um comportamento racional frente às quatro áreas técnicas da música que são: composição,
execução, teoria e processamento de sons digitais [28].
Busca-se, assim, a concepção e o desenvolvimento de um sistema capaz de auxiliar uma
análise musical desse universo.
8. Conclusão
Foi apresentado um ambiente de
aprendizagem cujo protocolo é uma extensão do protocolo clássico e que permite a
análise do processo de revisão do conhecimento adquirido pelo aprendiz máquina. Esse
ambiente foi estudado num plano conceitual adaptado, as Teorias Semi-Empíricas,
autorizando a análise do raciocínio e das estruturas do aprendiz. A integração de
técnicas de argumentação no sistema de aprendizagem é uma necessidade, visto os
resultados geralmente negativos produzidos pelos teóricos no domínio da aprendizagem
pura [8]. De fato, é menos dispendiosa a produção de uma explicação
da resolução de um dado problema que procurar um sistema de resolução capaz de
encontrar as soluções numa amostra de problemas resolvidos.
Nossa experiência mostrou que o uso de
diversas ferramentas de aprendizagem não contenta os especialistas. Mais do que sua
capacidade de produzir resultados, é a capacidade de explicar o que estes sistemas
aprenderam que mais interessa a estes especialistas, em particular porque as explicações
são os indícios daquilo que é necessário corrigir para melhorar os resultados. Esta
constatação é ainda mais clara quando os especialistas estão em situação de
descoberta (modelagem de um fenômeno), assistida pela máquina.
Se o usuário quer ensinar um
conhecimento ao sistema, ele deve, enquanto oráculo, selecionar os problemas pertinentes.
Enquanto mestre, deve criticar o conhecimento do aprendiz a partir de seus conhecimentos
profundos. De fato, ele deve identificar os lemas e autenticar as provas analógicas e
empíricas. Enquanto sonda, deve produzir exemplos e contra-exemplos pertinentes. Enquanto
aprendiz, ele deve escolher as heurísticas a serem utilizadas. Os protocolos de revisão
estão aí para ajudá-lo.
As experimentações realizadas são
ainda pontuais demais para justificar plenamente nosso enfoque [13,20,15,16]. A
maneira de resolver problemas utilizando este enfoque constitui porém uma
experimentação teórica pois ele elabora uma maneira de apresentar o problema numa forma
compreensível tanto para o especialista do domínio quanto para os pesquisadores em
Inteligência Artificial [9].
Para se obter este efeito, assegurou-se
da possibilidade de refutar resultados. Para isso, é preciso poder reavaliar todas as
heurísticas que intervêem na resolução do problema. De onde a natureza da
decomposição do raciocínio em abdução, indução e dedução, uma classificação dos
enunciados em fatos, hipóteses, heurísticas, lemas, provas, e uma organização da
revisão pela fixação dos papeis aos agentes e dos protocolos de comunicação entre
agentes.
Foi identificado o conjunto das
comunicações necessárias para o controle de um agente.
A Análise Musical busca explicar uma
determinada obra baseando-se em um conjunto de conhecimentos tais como Estética, Música
e História das Artes. Cremos que o ambiente apresentado mostra-se uma ferramenta que pode
ser satisfatória no auxílio ao processo de Análise Musical por contemplar esse conjunto
de conhecimento, fundamental para a concepção da obra musical, e por possibilitar,
através do diálogo com um agente humano especialista, a construção de uma teoria que
permita a caracterização de da obra em questão.
Foi aqui considerada uma situação em
que a máquina se comporta como um aprendiz e onde o papel de professor é desempenhado
por especialista humano.
Nosso objetivo, utilizando o protocolo
MOSCA, foi mostrar como um diálogo pode ser feito entre o Mestre (humano) e o Aprendiz
(máquina), tendo como resultado o crescimento da base de conhecimento do aprendiz de
forma ativa e interativa. Enfatizando, neste caso, os elementos de Teoria,
Estética e Percepção, conseguiríamos da máquina um comportamento racional na análise
e construção em Harmonia.
Apresentamos a funcionalidade no
processo de aprendizagem através de um problema envolvendo um encadeamento harmônico.
Atualmente estamos em fase de
especificação do ambiente em questão. Uma vez essa primeira fase de aprendizado da
máquina concluída, utilizaremos esse conhecimento aprendido pela máquina para um
ambiente tutorial inteligente.
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(orgs) "Introdução à Estética e à Composição Musical contemporânea - H. J.
Koellreutter", Editora Movimento, Porto Alegre, 1985.
NOTA
1 - Departamento de Artes (DART) /
Laboratório de Informática Aplicada às Artes (LIAA) / Mestrando em Informática, UFPB,
Campina Grande - PB volta
2 - =Departamento de Sistemas e
Computação (DSC) volta
3 - Departamento de Artes (DART) /
Laboratório de Informática Aplicada às Artes (LIAA) / Mestrando em Informática, UFPB,
Campina Grande - PB volta
4 - MOSCA = Mestre + Oráculo + Sonda +
Cliente + Aprendiz. volta
5 - P. Hindemith, Harmonia, Irmãos
Vitale. volta